SINTESPE denuncia gestão do IMETRO/SC
Os desmandos, excessos, desvios de finalidade e o descaso com o risco de contaminação pelo coronavírus ao qual estão sendo expostos os trabalhadores e trabalhadoras do Instituo de Metrologia de Santa Catarina (IMETRO/SC) foi objeto de matéria do informativo JTT online na tarde de hoje (23), veiculado pelo Portal Desacato e produzido pela Cooperativa Comunicacional Sul.
Em entrevista, o dirigente do SINTESPE, Rodrigo Souza, procurou expor um pouco da situação dramática daqueles servidores e servidoras. Tanto na sede do órgão, no município de São José, quanto em outras unidades, como em Itajaí e Chapecó, as denúncias não param de chegar ao Sindicato. Os relatos vão desde constrangimentos, abusos de autoridade e assédio moral, até desvios de finalidade, como negação intempestiva de remoções a pedido. Além disso, há a alegação por parte de servidores de que a lei 741/2019 está sendo descumprida no órgão, uma vez que há funções de confiança sendo delegadas a pessoas que não são servidores efeitvos e tampouco possuem a formação necessária.
Não é de hoje que o Sindicato vem acompanhando de perto a trajetória duvidosa da Direção do IMETRO/SC desde que o atual presidente, Rudinei Floriano (que é subtenente da Polícia Militar) assumiu o cargo em janeiro do ano passado. Em setembro houve inclusive denúncia grave de corrupção e desvio de dinheiro na autarquia (confira a matéria aqui). Além disso, os dirigentes foram impedidos de ter acesso ao local de trabalho (que não é restrito como no caso de hospitais e presídios) em clara afronta à Lei. Desobedecer normas do Estado parece ser um expediente constante naquele órgão, haja visto a irregular extensão de jornada dos técnicos de campo, determinada desde o ano passado por meio de portaria e a tentativa de descumprir o ponto facultativo no último dia 12 de junho, o que foi revertido judicialmente a pedido do SINTESPE (veja aqui).
A pandemia intensificou o drama de quem trabalha no IMETRO. Além de ter sido o único órgão do Executivo que manteve o pessoal administrativo em atividade presencial, após surgirem casos confirmados, em mais de uma unidade do órgão, o devido protocolo sanitário não foi aplicado ou foi aplicado incorretamente, como foi apurado pelo Sindicato, que chegou a comunicar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Os devidos afastamentos também não foram realizados, tornando a permanência dos trabalhadores nos locais de trabalho uma verdadeira tortura psicológica. “O governo do Estado, ao invés de tomar providências, baixou um Decreto determinando como essenciais as atividades do IMETRO e assim fortalecendo o procedimento dessa gestão, que está sendo ostensiva com os trabalhadores, sem diálogo e de forma opressora”, salienta Rodrigo, se referindo ao Decreto 719/2020, que incluiu as atribuições do IMETRO/SC no rol de atividades essenciais. Cabe ressaltar que pelo menos um terço dos servidores do órgão fazem parte do grupo de risco, seja pela idade, por estarem em condição de gestante ou por doenças preexistentes.
Confira o vídeo: