Basta de congelamento, Equiparação das Gratificações, Não ao Confisco de 14%

Live não ao confisco aos servidores aposentados do estado de SC

SINTESPE convoca a categoria para uma grande manifestação, às 14 horas do dia 1º de dezembro (quarta-feira), na frente da Alesc, em Florianópolis

O SINTESPE promoveu uma live na tarde desta quinta-feira (25), transmitida na fanpage do Facebook e no canal do Sindicato no Youtube para manifestar repúdio ao confisco de 14% nos proventos e aposentadorias dos servidores estaduais (o desconto inicia em novembro) e para convocar a categoria a lutar pelas reivindicações da campanha salarial. No dia 1º de dezembro acontece um grande ato dos aposentados e pensionistas na frente da Alesc, em Florianópolis, a partir das 14 horas, quando os servidores irão exigir a suspensão do confisco de 14% e a retomada as negociações salariais com o governo Carlos Moisés.

Maurino, presente!
Durante a transmissão on line foi feita uma homenagem póstuma singela e maravilhosa ao companheiro e ex-presidente do SINTESPE, Maurino Silva, tragicamente falecido no dia 14 deste mês, em decorrência de um acidente de bicicleta. Maurino estava em Brasília participando das manifestações dos servidores de todo o país contra a PEC 32 do governo Bolsonaro-Paulo Guedes e hospedou-se na residência de seu filho. Ao sofrer a queda de bike – era um exímio ciclista – Maurino estava acompanhado de sua neta, que saiu ilesa do acidente, mas infelizmente o companheiro sofreu traumatismo craniano e não resistiu, vindo a falecer no hospital, na capital federal. Maurino era dirigente do SINTESPE, da CUT/SC e secretário geral da Federação Nacional dos Servidores Públicos Estaduais e do Distrito Federal (Fenasepe).

Não ao confisco de 14%
A live do SINTESPE foi conduzida pelo presidente Antônio Battisti e pela diretora do Sindicato no sul do Estado, Sayonara Araújo Pessoa, com suporte técnico do diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Souza. Ao confiscar 14% dos salários de servidores aposentados e pensionistas do estado, o governo Moisés coloca nas costas dos servidores um suposto déficit na Previdência. Aprovada na Assembleia Legislativa no dia 8 de agosto, a contrarreforma da Previdência do governador prevê o desconto de 14% de todos os servidores aposentados e pensionistas do Estado sobre o valor que ultrapassar a um Salário Mínimo (atualmente o desconto é feito a partir do teto da Previdência, de R$ 6.433,00. “Moisés tem uma mente demoníaca, ao fazer essa maldade em plena pandemia e às vésperas das férias”, protestou Antônio Battisti, que citou pronunciamentos de autoridades da Justiça de Santa Catarina contrários ao confisco.
O dia 30 de novembro está sendo chamado pelos servidores aposentados e pensionistas como o “dia do assalto”, quando deverão receber no contracheque o confisco de 14%. “Até que seja revogada essa medida, faremos o aniversário do dia do assalto e vamos denunciar os nomes do governador, do presidente do IPREV, do secretário da fazenda e dos deputados estaduais que fizeram essa maldade”, adianta Battisti. “Depois de 10 anos de congelamento salarial e os servidores com 78% de perdas salariais, como os servidores farão para pagar as contas de luz, de água?”, questiona. A live foi intercalada cm vários depoimentos de servidores aposentados, como a professora Ana Aquini: “Vamos à luta, porque temos fôlego, somos aposentados, jamais inativos”, convocou. O depoimento de um servidor, cuja esposa está com câncer de mama, e que tem empréstimos a pagar: “Não tenho de onde tirar para pagar as contas”. E ainda o depoimento de Maria Medeiros: “Meu esposo deu a vida pelo estado, adoeceu, entrou em depressão e cometeu suicídio… era agente penitenciário”, escreveu no chat.

Transporte à disposição
O SINTESPE vai disponibilizar carros e ônibus para que os servidores aposentados e pensionistas possam se deslocar até a capital, no dia 1º de dezembro. A diretora Sayonara Araújo Pessoa também convocou a categoria a participar da manifestação: “É uma movimentação importante de conscientização e chamada de atenção aos servidores inativos e ativos. Não há justificativa plausível para que o governador Moisés faça um desconto nos benefícios de pessoas que trabalharam uma vida no serviço público e agora veem seu salário ser confiscado em 14%”.
E completou: “Um governo que diz que defende o serviço público, mas na verdade é uma gestão que não está preocupada com os servidores que prestam serviços à população”. São 10 anos sem reajuste salarial, no momento de inflação alta, combustível e alimentos aumentando de preço no mercado. “Precisamos abrir os olhos da população para estarmos juntos contra um governo que fecha as portas e não negocia com o sindicato. Nós servidores não podemos pagar o erro de gestões passadas e sermos responsáveis pela má gestão do atual governo”, protestou Sayonara.
O piso salarial dos servidores hoje é de R$ 820,00, enquanto o governador Carlos Moisés ajuda megaempresários de Santa Catarina, com a isenção fiscal de um ano, uma renúncia de receita de R$ 5,5 bilhões. “A Fiesc estava lá na Alesc, fazendo campanha para reduzir o salário dos pensionistas que ganham uma miséria”, criticou Battisti. “Só estes 10 dos maiores devedores da Dívida Ativa do Estado devem mais de R$ 2 bilhões e é o déficit previdenciário o grande vilão. Canalhas!”, protestou o diretor Rodrigo Souza. Já a diretora Sayonara lembrou que 25 de novembro é o Dia Internacional da Não-violência contra a Mulher e também o Dia do Doador de Sangue, e também convocou a categoria a lutar contra a PEC 32. No dia 8 de dezembro está previsto um ato nacional de defesa do serviço público.

Assista à live, abaixo: