Terceirização: Prefeitura de Florianópolis descarta R$300 mil em medicamentos

Terceirização: Prefeitura de Florianópolis descarta R$300 mil em medicamentos

O almoxarifado que continha os medicamentos foi interditado pela Vigilância Sanitária e a distribuição de insulina e medicamentos na rede pública está interrompida

Fonte: Sintrasem

 

O processo de terceirização do almoxarifado da Prefeitura de Florianópolis, que já foi denunciado diversas vezes pelo Sintrasem, teve um desfecho triste, porém previsível, na tarde de hoje. Por conta do armazenamento inadequado, aproximadamente R$ 300 mil em medicamentos – incluindo todo o estoque de insulina armazenado – terão que ser descartados. A distribuição está interrompida.

O almoxarifado, terceirizado para a empresa Primelog e inaugurado há apenas cinco meses, foi interditado pela Vigilância Sanitária. Ele fica em São José e concentra todo o material da Prefeitura de Florianópolis, incluindo medicamentos.

Dados obtidos pelo Sintrasem mostram que cerca de 3.935 frascos de insulina foram distribuídos só em janeiro na rede pública de saúde de Florianópolis. Centenas de pessoas devem ser prejudicadas pela irresponsabilidade da Prefeitura e da terceirização dos almoxarifados municipais.

Um comunicado emitido a todas as unidades de saúde afirma que providências estão sendo tomadas, mas “isso poderá levar alguns dias”. A situação pode ficar ainda mais complicada, pois nem sequer autorização da Anvisa ou licença municipal o espaço tem.

CONTRATO INVESTIGADO PELO MP 

Diversos outros problemas vem sendo registrados há tempo – remédios entregues com a nota errada e divergências com relação a número de lote e data de validade, por exemplo. É um problema gravíssimo quando está se lidando com medicamentos, colocando em risco a saúde da população de Florianópolis.

A terceirização e mudança para São José do almoxarifado foi vendida pelo prefeito Gean Loureiro e pelo então secretário de Administração (hoje, Casa Civil), Everson Mendes, como uma grande economia para os cofres do município. Este é o resultado: prejuízo financeiro e toda a rede de saúde afetada.

O contrato com a Primelog foi um processo feito às escuras e às pressas, inclusive tornando-se alvo de investigação do Ministério Público. Mais uma vez, Gean joga sujo para favorecer os interesses dos seus.

A terceirização do almoxarifado da Prefeitura de Florianópolis é o exemplo perfeito para mostrar como as coisas funcionam quando uma empresa privada administra o dinheiro e o patrimônio público. Mesmo assim, em breve, teremos também uma unidade de saúde gerida pela iniciativa privada aqui na cidade. O resultado todos nós já sabemos qual vai ser.

O Sintrasem continua acompanhando e recebendo as denúncias de trabalhadores da Prefeitura que estão sendo afetados pela interrupção da distribuição dos medicamentos.