Solidariedade à vereadora que repudiou apologia ao nazismo

Solidariedade à vereadora que repudiou apologia ao nazismo

A diretoria do SINTESPE presta solidariedade à vereadora Maria Tereza Capra, do PT de São Miguel do Oeste, ameaçada através de um processo de cassação do mandato pelo único motivo de denunciar práticas de nazismo, no município. Nosso mais veemente repúdio aos colegas vereadores, cujo objetivo é destruir a oposição responsável dentro do Legislativo. Vamos acompanhar esse processo e, caso não volte atrás, a Câmara de Vereadores será alvo de protestos dos mais variados movimentos sociais e sindicais do nosso Estado. Mas não é só isso: a vereadora teve que sair da cidade e buscar abrigo em outro município, após ela e seus familiares sofrerem ameaças de grupos de extrema direita inconformados com a derrota de Bolsonaro nas urnas.

Só para relembrar o absurdo: no dia 2 de novembro, diante da vitória eleitoral do Presidente Lula, manifestantes golpistas de São Miguel do Oeste fizeram a saudação nazista Sieg Heil (em alemão, salve a vitória) durante a execução do hino nacional, entoado em frente ao quartel do Exército da cidade. Presidenta do PT no município, Maria Tereza Capra divulgou uma nota de repúdio do Partido, no dia 3 de novembro, condenando a apologia ao nazismo – “…isso é repetir o maior drama que a população mundial já viu”, escreveu a vereadora em suas redes sociais. E, por incrível que pareça, ao invés de defenderem a colega, os vereadores querem afastá-la de sua função, dando mais um exemplo de fascismo, uma vergonha nacional. Em entrevista ao site brasildefato.com.br, no dia 9 de novembro, ao deixar a cidade, Maria Tereza Capra disse: “Eu preciso me proteger e proteger meus filhos”.

“Defender o nazismo não é liberdade de expressão. Quem defende o nazismo desrespeita a memória das vítimas e dos sobreviventes desse regime e ignora os horrores causados por ele”, manifestou-se a embaixada alemã no Brasil, um dia após o episódio patético, que ganhou a atenção mundial. Infelizmente, durante o governo Bolsonaro assistimos várias manifestações de apoio às ideias nazifascistas no Brasil, como o estudante portando a suástica (símbolo nazista) expulso de um Shopping Center no Recife (PE); e o caso do influenciador digital Monark, que defendeu a legalização do partido nazista (ele foi demitido no mesmo dia). Basta de violência, queremos um país civilizado!

De acordo com a Lei 7.716/1989 (Parágrafo 1º do Artigo 20), a apologia ao nazismo incorre em pena de reclusão de dois a cinco anos e pagamento de multa. O nosso país também é signatário da Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação, conforme o Decreto 65.810, assinado durante a ditadura cívico-militar, em 1969. O nazismo surgiu na Alemanha, entre os anos de 1930 e 1940, e pregava a destruição de povos que negam a supremacia da raça ariana. O regime nazista assassinou seis milhões de judeus em campos de extermínio, além de negros, gays, pessoas com deficiência física ou mental, ciganos, comunistas e testemunhas de Jeová.