SINTESPE repudia perseguição à professora Juliana Andozio
A perseguição à professora e orientadora educacional Juliana Andozio, na Escola Básica do Muquém, bairro Rio Vermelho, em Florianópolis chegou a uma situação insustentável, está mais do que na hora das autoridades policiais e judiciárias agirem em defesa da liberdade de cátedra, do respeito ao Magistério e pela integridade física da professora. Autorizada a retornar à sala de aula após 70 dias de afastamento involuntário, porque punida por suposto linguajar antiético, a professora ainda tenta reverter a decisão. Mas, na noite do dia 2, foi obrigada a deixar o estabelecimento sob escolta policial, em meio a uma manifestação de pais conservadores e de alguns estudantes. Na saída, o veículo onde estava Juliana foi alvejado com ovos. No dia 27 de abril, o Comitê em Defesa da Escola Básica do Muquém realizou um Ato Público em frente à Escola, em apoio à professora Juliana.
Quem incita tal violência precisa ser punido. É inadmissível a sociedade autorizar essa violência sofrida pela professora dentro de uma comunidade escolar. Quem está influenciando esses estudantes a irem para a frente da escola fazer baderna, humilhar, destratar, ameaçar uma pessoa que dedica 40 horas semanais de sua profissão a ensinar crianças e orientar para o convívio social? Primeiro, o vereador Bericó, eleito pelo bairro, se pronuncia na Câmara contra Juliana, de maneira irresponsável. Depois, o assunto chega à Assembleia Legislativa, onde o deputado sargento Lima (PL) age da mesma maneira. Em nenhum momento foi aberta a possibilidade de diálogo com a professora.
Juliana Andozio é servidora efetiva, lotada na Escola Básica do Muquém onde leciona para 1.300 alunos, e também é dirigente do SINTESPE. Toda a perseguição contra a professora tem cunho eminentemente político. Neste sentido, o próprio Estado deixa a situação chegar a um ponto crítico. As acusações, de conteúdo moral, são as mais estapafúrdias: que a professora incentiva o uso de banheiro unissex, pratica a tal “ideologia de gênero”, algo que não existe porque o termo preconceituoso desconsidera a igualdade de gênero, a identidade de gênero, a orientação sexual, o respeito à diversidade, excluindo uma parcela da sociedade. O SINTESPE presta a mais irrestrita solidariedade à professora e dirigente Juliana Andozio e exige providências em sua defesa.