Rompimento do reservatório da Casan é problema de má gestão

Rompimento do reservatório da Casan é problema de má gestão

Defender a privatização da Companhia é pretexto para desviar a atenção sobre a irresponsabilidade dos sucessivos gestores

A diretoria do SINTESPE se solidariza com as mais de 150 famílias afetadas pelo rompimento do reservatório da Casan ocorrido na madrugada do dia 6 de setembro na comunidade Monte Cristo, em Florianópolis. Quando acontece uma tragédia dessas, ninguém quer assumir a culpa. A população quer saber, agora: quem irá punir os responsáveis por mais esta tragédia na história da Companhia? São problemas diretamente relacionados à má gestão dos sucessivos governadores de direita que dominam esse Estado desde sempre. Não é de hoje que existe um sucateamento deliberado da Casan, a ponto do seu atual presidente, Edson Moritz ainda ter a desfaçatez de vir a público defender a privatização da Companhia como panaceia para a solução de todos os problemas.

Na nossa avaliação, isso é estelionato eleitoral, já que o governador Jorginho Mello foi eleito para gerir o Estado com responsabilidade e não para entregar o patrimônio público à iniciativa privada. Queremos a realização de concursos públicos e a valorização dos servidores da Casan, exigimos respeito ao patrimônio dos catarinenses. A Casan é de todos, é nossa! Ademais, são muitos os exemplos de desvio de recursos, redução dos investimentos, de queda na qualidade do atendimento à população e de corrupção desenfreada nas chamadas Organizações Sociais (OS), quando assumem a gestão de órgãos públicos – regra geral, de “mão beijada” e sem a mínima contrapartida.

Tragédias como a do Monte Cristo escancaram a falta de políticas habitacionais emergenciais, o sucateamento e a ausência de políticas públicas ambientais, nas gestões dos governadores Carlos Moisés e Jorginho Mello, ambos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro. Felizmente, não houve vítimas fatais no rompimento de mais um reservatório da Casan, este último, construído no ano passado. Vamos continuar na pressão para que os responsáveis pela tragédia no Monte Cristo sejam punidos e para que as famílias atingidas sejam devidamente indenizadas e suas vidas recuperadas o mais breve possível. Aluguéis temporários, abrigos em ginásios de esportes e outras medidas paliativas só adiam o sofrimento de nossa gente.

Fotos: Luciano dos Santos/  Sintespe