Presidente da Câmara Federal quer retomar discussão da contrarreforma administrativa
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PEC 32 foi derrotada pelo movimento sindical dos servidores, em 2021, mas Artur Lyra, que foi reeleito, ameaça com novos ataques
O presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lyra (PP/AL) ameaçou, em entrevista à mídia corporativa no dia 3 de outubro, que pretende retomar ainda este ano a discussão em plenário da contrarreforma administrativa (PEC 32/2020). A Proposta ataca os direitos dos servidores das três esferas e as conquistas da sociedade brasileira em geral prevendo, entre outros pontos, o fim do concurso público e da estabilidade no serviço público, terceirização sem limites, privatizações em série e redução da capacidade de investimentos do Estado brasileiro em saúde, educação e nas demais políticas públicas. Bolsonarista ‘de carteirinha’, Artur Lyra foi reeleito em 2 de outubro.
A famigerada PEC 32 só não foi votada em 2021 graças à intensa mobilização das entidades de defesa dos servidores, entre elas o SINTESPE. “O que o atual governo sempre quis foi ‘plantar’ apadrinhados políticos dentro do serviço público, sem necessidade de concurso”, critica o vice-presidente do SINTESPE, Antônio Battisti. Quanto ao fim da estabilidade, a PEC prevê a extinção de atuais cargos existentes, exoneração via processos administrativos, avaliação de desempenho e processos judiciais, além do que, a partir de sua aprovação, gradativamente serão aprovadas novas formas de contratação.
A PEC 32 foi apresentada ao Congresso Nacional em 2021, por Bolsonaro e seu ministro da Economia Paulo Guedes. A sua tramitação foi suspensa e a medida retirada da pauta da Câmara Federal, no final do ano passado. Agora, após as eleições a Proposta voltará à tona, se o projeto fascista de governo vencer o pleito em 30 de outubro, o que é pouco provável. “Isso prova cada vez mais que nunca podemos baixar a guarda, porque os ataques ao serviço público e à classe trabalhadora estão sempre na pauta desse desgoverno”, adverte Battisti.