Plano “Viver sem Limite 2” defende direitos da pessoa com deficiência

Plano “Viver sem Limite 2” defende direitos da pessoa com deficiência

Ministro Sílvio de Almeida esteve presente ao evento realizado na UFSC

O SINTESPE marcou presença no momento histórico dos Diálogos Transversais para formulação do “Plano Nacional de Direitos da Pessoa com Deficiência “Viver sem Limite 2”, realizado na manhã do dia 1º de agosto, no auditório da reitoria da UFSC, em Florianópolis, e que contou com a presença do ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Sílvio Almeida. A promoção foi da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e realização da Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Equidade da UFSC. Durante a fala do ministro, o diretor do SINTESPE, Wolney Chucre, entoou o grito “Fora Campos Neto”, referência à luta da CUT pela redução da taxa de juros, mantidas em 13,75% ao ano, ao que Sílvio Almeida concordou: “Não posso falar, porque vão dizer que estou extrapolando de minha competência mas, a boca pequena, só posso dizer que concordo”, falou.

O Ato foi especialmente dedicado à memória do reitor Luiz Carlos Cancellier, tragicamente falecido como consequência da perseguição política cometida pela Operação Lava Jato. “Luto é aquilo que nos reorganiza, nos dignifica e nos faz lembrar daqueles que tombaram para que pudéssemos aqui estar”, discursou Sílvio Almeida. O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania do governo Lula afirmou que o Brasil passa por um processo de “ressignificação”, diante de tudo o que aconteceu neste último período, e citou a UFSC como exemplo de uma das instituições mais importantes e destacadas no Brasil, que sofreu ataques à sua reputação por parte de agentes do aparato judicial e policial do estado brasileiro. “O povo de Santa Catarina resiste e é corajoso, capaz de dar uma resposta firme ao fascismo”, disse, saudando a “todos que dedicam sua vida à construção da universidade pública, gratuita e de qualidade, um modelo que não existe em outro lugar do mundo”.

Sílvio Almeida lembrou “da perseguição às universidades e a seus profissionais, dos cortes orçamentários sistemáticos, congelamentos de bolsas e salários, ausências de concursos públicos, os incontornáveis assédios morais, os desmontes e sua privatização iminente, com a construção da imagem da universidade pública como antro de balbúrdia”. E reiterou: “Destruir a universidade é destruir as possibilidades do Brasil estabelecer um caminho de desenvolvimento econômico, é cortar a cabeça para impedir o Brasil de pensar”. A agenda anti-capacitista e de promoção dos direitos das pessoas com deficiência é uma das prioridades do governo Lula, garantiu o ministro, que quer ver a política de Direitos Humanos e m todos os ministérios, “fazer com que as pessoas que vêm depois de nós estejam conosco e que os nossos ancestrais também estejam conosco e com as pessoas que vêm depois de nós”.

O reitor Irineu de Souza destacou o desafio à frente da UFSC, de “levar a universidade à sociedade” – são 39 mil estudantes, 119 cursos de graduação e 152 cursos de pós-graduação. O professor Irineu resgatou as dificuldades enfrentadas, começando pela tragédia que vitimou o reitor Cancelier, “uma vítima do abuso do Estado”. A vice-reitora Joana dos Passos falou sobre “resistência”, enaltecendo “os 21 territórios quilombolas, as 29 aldeias indígenas, os 8% de população com deficiência que vivem em Santa Catarina, assim como a população LGBTQIA+, as crianças, as pessoas em situação de rua, mulheres vítimas de violência, homens e mulheres negras, que são 20% da população catarinense”. Segundo a vice-reitora, a UFSC tem hoje 504 estudantes com algum tipo de deficiência. “Queremos mais”, conclamou.

Também estiveram na solenidade a juíza do Trabalho e coordenadora do Comitê de Acessibilidade e Inclusão do TRT 12, Maria Aparecida Jerônimo, o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Piero Rosa Menegazzzi, o presidente do Conselho estadual das Pessoas com Deficiência, Paulo Sudowski, a secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ana Paula Feminella, e a vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, deputada Ana Paula Lima, entre outras autoridades.

Veja no vídeo, a seguir, a referência do ministro às altas taxas de juros mantida pelo presidente do Banco Central, Campos Neto, após a manifestação do diretor do Sintespe, Wolney Chucre, na plateia.