Assembleia aprova mudanças no estatuto e continuar luta por reajuste geral

Em assembleia realizada nesta quinta-feira (26), na Sede do SINTESPE, a categoria aprovou dar continuidade à luta por reajuste geral, assim como aprovou alterar valores da contribuição sindical, criar duas novas secretarias de atuação, bem como a nominata de 14 delegados para a Plenária nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), que acontece em agosto em Florianópolis.
Campanha salarial
Depois de conquistada a equiparação da gratificação de retribuição financeira a cerca de 6500 servidores que ainda não a recebiam, a direção do SINTESPE continua firme na luta pelo reajuste geral e pela equiparação salarial da categoria.
De acordo com a presidenta, Marlete Gonzaga, desde o início das negociações, o governo apresentou diferentes propostas de reajuste à categoria enquanto concedeu valores diferenciados a diferentes setores.
A diretoria aguarda uma nova reunião de negociação a partir da semana que vem. Para Marlete, “o governo tenta dividir a categoria e a sua força, mas a isonomia salarial e o reajuste para quem ainda não recebeu seguem na pauta”.
Alterações estatutárias
Por ampla maioria, foi aprovado o aumento da fração da contribuição sindical, prevista no artigo 6 do SINTESPE, de 1,2% para 2,6% do vencimento do nível e referência do seu cargo, subsídio, pensão ou provento; limitando entre o menor valor de R$ 21,34 e o maior valor até R$ 55 (o teto atual); e atualização anual do teto conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O aumento foi aprovado pela necessidade de ampliar a arrecadação financeira da entidade, que há anos vem trabalhando com déficits altíssimos.
Ao mesmo tempo em que há o congelamento na tabela da vergonha desde 2012, os servidores obtiveram ganhos de gratificações não contabilizados para a contribuição, o que implicaria, inclusive, na redução da estrutura e da atuação sindical.
A secretária de finanças, Marilene Pereira, lembrou que somente nos três anos da última gestão, o Sindicato já proporcionou ganhos no montante de R$ 11 milhões em ações judiciais para a categoria, enquanto arcou com R$ 617 mil em custas judiciais e R$ 678 mil em mobilizações para benefícios para todos.
Para Sayonara Araújo, secretária de formação, reforçou que é preciso fortalecer o Sindicato para lutar. Ainda não há uma data prevista para esse aumento.
Com objetivo de aumentar a representatividade na batalha por direitos das mulheres e combater o preconceito, foi unânime a decisão por criar as secretarias das Mulheres e a de Igualdade Racial no SINTESPE, alterando o artigo 29 do estatuto.
Plenária nacional da CUT
Os presentes elegeram 14 nomes para participar da 17ª Plenária estadual da Central Única dos Trabalhadores marcada para 15 e 16 de agosto, na Capital, com tema “Novos tempos, novos desafios”, e preparatória à nacional, que acontece de 14 a 16 de outubro.
A plenária catarinense vai debater a conjuntura estadual e nacional, as mudanças nas relações de trabalho e os impactos das novas tecnologias no cotidiano da classe trabalhadora. Também será discutida a organização sindical frente aos desafios da atualidade, como a precarização por meio da uberização, o crescimento do trabalho informal e o avanço das plataformas digitais.
Lutas estratégicas
Foi reafirmada a participação ativa do SINTESPE nas principais frentes de luta da classe trabalhadora, como a mobilização permanente contra o confisco de 14% nos proventos de aposentados e pensionistas e o enfrentamento à Reforma Administrativa (PEC 32/2020), que representa um grave ataque à estabilidade, aos concursos e à qualidade dos serviços públicos.
“Nos mantemos firmes nessas frentes, porque elas dizem respeito diretamente à vida dos trabalhadores e trabalhadoras. O confisco de 14% é um ataque cruel aos aposentados, e a PEC 32 coloca em risco o futuro do serviço público. O SINTESPE continuará presente, mobilizado e na linha de frente dessas batalhas”, ressaltou a vice-presidenta Mariléia Gomes.
Plebiscito Popular
Na oportunidade, o secretário de Comunicação Wolney Chucre destacou a participação do Sindicato na divulgação e organização do Plebiscito Popular que pede o fim da escala 6×1; redução da jornada de trabalho; taxação dos super ricos e isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil. O Plebiscito está sendo lançado em diversas cidades do país pela Frente Brasil Popular, composta por diversas entidades dos movimentos social e sindical, e apoiadores. A coleta de assinaturas iniciará em julho e seu resultado deve ser divulgado em setembro.