Dia Mundial pela Palestina Livre reúne centenas de pessoas em Florianópolis
Diretores do SINTESPE participaram do Ato Cultural que marcou o Dia Mundial pela Palestina Livre, no Parque da Luz, em Florianópolis, no último sábado (04). Segurando bandeiras palestinas e do Brasil e faixas de protesto nas mãos, vestindo o hatah na cabeça ou sobre os ombros (lenço árabe xadrez em preto e branco), centenas de pessoas de todas idades pediam a paz e o fim do genocídio promovido pelo Estado de Israel contra o povo palestino desde o dia 7 de outubro, após uma ação do grupo político Hamas na fronteira de Israel.
Enquanto eram distribuídos ramos de folhas de oliveira e alecrim e vendidas comidas típicas palestinas, sobre uma bandeira de 15 metros de comprimento, refugiados e filhos de refugiados árabes no Brasil leram poesias, falaram sobre suas dores e violências sofridas, sua cultura e de como era a Palestina antes da criação do Estado de Israel, em 1948. Shahla Ottmann, presidente do Coletivo Catarinense Khader Ottmann em Defesa do Povo Palestino, explicou que “antes do 1º Nakba em 1948 (quando Israel começou a tomar terras palestinas), todo mundo se dava muito bem lá na Palestina: judeus, muçulmanos, era tudo Palestina”.
No entanto, o que se vê hoje é um conflito no qual Israel quer tomar todo o território palestino, avançando fronteiras, interrompendo vias de acesso, expulsando pessoas das suas terras e agindo contrariamente, inclusive, a resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com matéria publicada em 30 de outubro pela Carta Capital, em julho, a ONU calculava 5 mil palestinos em prisões israelenses, entre eles 160 crianças. (https://www.cartacapital.com.br/mundo/quem-sao-os-prisioneiros-palestinos-detidos-em-israel-que-o-hamas-propoe-trocar-por-refens-em-gaza/).
“Nós temos que parar com isso. Nós temos que dizer: chega, basta! Vamos viver em paz! Isso sim, e vamos parar com essa política de genocídio!” conclamou Ali Hussein, refugiado palestino. Ali afirmou que os palestinos recebem bem pessoas de qualquer religião, mas sim, são contrários ao roubo de suas terras, suas casas e suas riquezas.
A jovem refugiada Heba Altabakh falou da dor de perder os sobrinhos e irmão na guerra da Síria e de como o acolhimento por parte de outro país podem salvar vidas. Hoje dentista formada no Brasil, chamou a atenção para o discurso da grande imprensa que resulta nas visões errôneas sobre os conflitos naquela região.
A cada 10 minutos uma criança palestina assassinada
Nesses quase 30 dias de ataques, o premier israelense Benjamin já assassinou com seu exército e com ajuda dos EUA quase nove mil civis palestinos, usando da falsa prerrogativa de defesa. De acordo com a Frente Árabe Palestina, foram mortos quase nove mil civis, dentre esses quase cinco mil crianças, além de mulheres nos ataques do Exército israelense a igrejas, templos, casas, hospitais, ambulâncias e toda a sorte de violência.
Salah Hussein, filho de refugiados, chamou atenção que nem ajuda humanitária está entrando em Gaza. “Gaza está cercada! Nós estamos (aqui) dando do nosso tempo e eles dando sangue!”, afirmou emocionado e lembrando que de dez em dez minutos, uma criança palestina é morta por Israel.
Do Parque da Luz, os manifestantes seguiram para a cabeceira da ponte Hercílio Luz, símbolo da Capital. Organizado pelo Comitê de Brasileiros em Defesa do Povo Palestino, o Ato fez parte da programação do Dia mundial pela Palestina Livre e teve a presença de representantes de entidades sindicais, políticas e do movimento social, além de famílias de imigrantes. Outras 14 cidades brasileiras realizaram ações com o mesmo objetivo. O SINTESPE participa do Comitê e ajuda a preparar esses atos cedendo a Sede e auxiliando na arrecadação de recursos.
Por estar ciente da gravidade da situação, o Comitê segue promovendo novas atividades.