Programa Jovem Aprendiz tem futuro incerto
Confederação Nacional da Indústria (CNI) quer que governo federal reduza programa responsável por inserir jovens de 14 a 18 anos no mercado de trabalho
Fonte: Rede Brasil Atual
Por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem (Senai), a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) tem pressionado o governo federal a reduzir o repasse de verbas ao Programa Jovem Aprendiz – responsável por inserir e capacitar jovens para o mercado de trabalho. A denúncia do lobby industrial, constatada pela publicação The Intercept Brasil, aponta que o corte sugerido formalmente pela CNI pode chegar até 75% do número de vagas de aprendizagem ofertadas.
Segundo a reportagem, o Senai propõe eliminar mais de 900 funções de um total de 1.600 listadas pela Classificação Brasileira das Ocupações (CBO), além de postergar a contratação – que hoje é imediata – para após o cumprimento de 30% do curso. Na prática, isso irá desobrigar as indústrias de efetivar milhares de contratações de adolescentes em idade de aprendizado e de preparo para o mercado de trabalho.
A denúncia surpreendeu o representante da CUT no Conselho Nacional do Senai, José Roberto Nogueira, por considerar que a medida impactará negativamente a indústria que, segundo ele, já está enfraquecida. Em entrevista à repórter Michelle Gomes do Seu Jornal, da TVT, Nogueira afirmou que mesmo após ter cobrado explicações, até o momento, o Senai ainda não apresentou nenhuma resposta concreta.
“Nós vamos tentar entender isso, o que tem que ficar muito claro é que nós representamos os trabalhadores e eles têm de estar inseridos se tiver qualquer mudança”, afirma o representante da CUT. O Jovem Aprendiz é, hoje, o principal programa do governo destinado a jovens entre 14 e 18 anos que buscam um curso de qualificação profissional para entrar no mercado de trabalho.