Conheça a luta em defesa dos portos públicos de Imbituba e São Francisco do Sul

Conheça a luta em defesa dos portos públicos de Imbituba e São Francisco do Sul

Live em defesa dos portos públicos de São Francisco do Sul e Imbituba


Promovida pelo Sintespe, transmissão reuniu dirigentes sindicais e servidores dos dois portos

Lideranças sindicais e trabalhadores portuários sugerem a criação de uma CPI na Assembleia Legislativa e auditoria pública para apurar as imoralidades dos gestores da SC Participações e Parcerias S/A, empresa pública que administra os portos de São Francisco do Sul e Imbituba. Esta foi uma das propostas aprovadas na live do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual (Sintespe), transmitida na página e fanpage da entidade, no dia 30 de março. Durante o mandato, o governador afastado Carlos Moisés já nomeou três presidentes diferentes na SCPar. “Em São Francisco do Sul existiam 12 cargos comissionados, agora, são 27, gente sem conhecimento técnico”, denunciou Priscila da Costa, integrante da comissão de servidores do porto de São Francisco do Sul e que esteve na transmissão ao vivo.

A live foi apresentada pelo presidente do Sintespe, Antônio Battisti, com participação do secretário de comunicação da entidade, Wolney Chucre, e do técnico portuário, supervisor de operações e servidor do porto de Imbituba, Marne Feijó Filho. É consenso a ideia absurda de privatizar os portos, que acabaram de renovar os contratos de concessão ao governo do estado, até 2036, e que são extremamente lucrativos: o porto de São Francisco do Sul tem R$ 100 milhões em caixa e o de Imbituba, R$ 90 milhões, segundo relataram os dois servidores dos portos. Na avaliação de Antônio Battisti, o governador está no banco dos réus e, para se livrar do impeachment, anuncia a intenção de privatizar os portos.

 

Na onda das privatizações

 

Os portos de São Francisco do Sul e Imbituba entraram na onda de privatizações. O secretário de comunicação do Sintespe lembrou que processos de privatização estão acontecendo em todo o país, desde 2018, com a eleição de Bolsonaro, “um governo voltado às privatizações”. Para Wolney Chucre, em SC tentam impor a ideia de que aquilo que é público não funciona, é mal gerido. “Eles foram eleitos para gerir as estatais, não para vende-las”, criticou Wolney, lembrando: “Toda vez que tentam privatizar uma estatal, precarizam a empresa para justificar a sua privatização”.

O presidente do Sintespe segue na mesma linha, denunciando que “o Porto de São Francisco do Sul adquiriu três novas balanças, com 30 metros cada uma, que estão paradas há um ano, o que só comprova que o governo Moisés tinha, desde o início, compromisso político de tentar privatizar o Porto de São Francisco do Sul”. Na avaliação de Battisti, se as três novas balanças estivessem em operação, o Porto poderia atingir em pouco tempo o dobro da movimentação de cargas. “Trata-se de uma manobra irresponsável, com o único interesse da privatização”, reforça.

 

Levante comunitário

acima foto da Assembleia do SINTESPE em São Francisco do Sul com a presença do Vice-Prefeito, Presidente e Vereadores da Câmara Municipal

As próprias comunidades de São Francisco do Sul e de Imbituba estão se levantando e entendendo que os dois portos têm que continuar públicos. A Câmara de Vereadores de Imbituba aprovou nesta semana Moção de Repúdio contra o governo do estado e sua intenção de privatizar os portos catarinenses. “Não é questão de economia, nem de eficiência, pelo contrário, enquanto privado, o Porto de Imbituba não tinha relação com a comunidade. Assim que estatizou, aumentou a movimentação de cargas, comprovando o contrário do que dizem sempre”, comentou Wolney Chucre. Já Antônio Battisti advertiu que, caso a proposta do governo seja aprovada, “quem vai adquirir o porto são as grandes corporações estrangeiras ou grandes empresários nacionais”.

As lideranças dos trabalhadores e comunidades dos dois municípios entenderam que toda a economia será afetada, caso os portos sejam privatizados. “Digo, com otimismo, que essa privatização não vai passar”, afirmou Wolney Chucre, recordando que o mesmo movimento aconteceu na década de 90, quando “a cidade de São Francisco do Sul fez um levante e não permitiu a privatização”. Os participantes da live citaram o recente exemplo de privatização da água, ocorrido em São Francisco do Sul, onde “os serviços pioraram, as taxas aumentaram para a população e não trouxe mais empregos, ao contrário”, denunciou a servidora Priscila. “Estamos no caminho da organização para impedir a privatização”, finalizou. A live do Sintespe foi uma homenagem póstuma ao companheiro João Fonseca, um lutador contra as privatizações, recentemente falecido.

Assista aqui a íntegra do debate promovido pelo SINTESPE, dentro da campanha Em Defesa dos Portos Públicos, Privatização, NÃO!