Novo ataque à educação pública: governo Bolsonaro corta mais 2.700 bolsas de pós-graduação

Novo ataque à educação pública: governo Bolsonaro corta mais 2.700 bolsas de pós-graduação

A CAPES anunciou mais um imenso corte de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado por todo país. Em meio aos imensos protestos que tomaram as ruas nas últimas semanas, o governo amplia os cortes na educação e intensifica a chantagem pela Reforma da Previdência.

Foram cortadas 2.331 bolsas de mestrado, 335 de doutorado e 58 de pós-doutorado. No total, já houve uma redução de 6.198 bolsas somente no ano de 2019. Esse novo corte representa uma redução de R$ 4 milhões na verba para 2019 e, até 2020, de R$ 35 milhões.

O órgão anunciou também mudanças na política de concessão das bolsas de pós-graduação, que anunciam ainda menos bolsas no futuro. Foram congelados recursos de programas de pós-graduação de cursos com duas avaliações nota 3 consecutivas e de cursos avaliados com nota 4 e que caíram para a nota 3.

O Programa Institucional de Internacionalização (Print) também sofreu mudanças, tendo o prazo estendido de quatro para cinco anos. Segundo a Capes, “a medida não altera o total de recursos destinados à ação, nem prejudica o desenvolvimento do programa”.

O que significam os cortes

Estes cortes são mais uma mostra de que o governo Bolsonaro odeia a ciência, querendo sucatear a pesquisa como parte de um projeto de país ainda mais subdesenvolvido e submisso aos interesses dos EUA e dos países imperialistas, se servindo pra isso também de seu obscurantismo e perseguição aos professores, pesquisadores e à intelectualidade.

Os critérios usados pela CAPES para decidir onde cortar verbas são uma mentira baseada no produtivismo, que não mede a qualidade das pesquisas, mas somente a quantidade. Essa medida pune departamentos que muitas vezes têm menos orçamentos e infraestrutura e notas mais baixas nos índices produtivistas.

Vários programas que têm cotas e ações afirmativas sofrerão, mostrando também um viés racista e contra os poucos filhos dos trabalhadores que conseguem entrar nas universidades e nas pós, que serão os mais atacados. Há vários programas que têm notas até 5 que desenvolvem pesquisas e debates fundamentais. Os programas de pesquisa do Nordeste e Norte do país serão os mais afetados.

A luta contra os cortes

O governo, que tinha saído abalado das mobilizações do 15M e 30M, tenta se recompor com um pacto pela Reforma da Previdência entre Executivo, Legislativo e Judiciário, e desafia mais uma vez os estudantes, às portas do dia de greve geral do 14 de Junho (14J). É uma grande oportunidade de fazer o governo Bolsonaro tremer.

Os cortes são parte do plano de fazer os trabalhadores e o povo pobre pagarem pela crise econômica, com Reforma da Previdência, cortes e privatizações, enquanto os banqueiros e grandes empresários são poupados e saem beneficiados. Os estudantes, professores e toda a classe trabalhadora precisam apontar outra saída para a crise, para que seja paga pelos capitalistas, unindo a luta contra os cortes na educação à luta contra a Reforma da Previdência.

Esse novo ataque é mais um motivo para que a juventude esteja massivamente nas ruas no 14J ao lado dos trabalhadores. É preciso repetir ou superar a grandeza das manifestações do 15M. Para isso é preciso organizar assembleias de curso, escolas, faculdades, institutos e universidades para paralisar as aulas no dia de greve geral, organizar as pautas e massificar a luta. Contra os cortes na educação, a Reforma da Previdência e todos ataques de Bolsonaro, a juventude precisa ir até as escolas, fábricas, metrôs, estações de ônibus, bancos, correios e hospitais para construir a greve geral do 14J.

Foto: Agência UEL / Com informações de: Esquerda Diário