NOTA DE REPÚDIO: Pelo respeito à vontade popular

NOTA DE REPÚDIO: Pelo respeito à vontade popular

O SINTESPE manifesta REPÚDIO veemente contra os atos antidemocráticos protagonizados por caminhoneiros – a serviço de alguns empresários – e motoristas de automóveis particulares, que obstruíram o livre trânsito nas rodovias estaduais e federais do país, com destaque para Santa Catarina onde o movimento tomou proporções alarmantes. Em São Miguel do Oeste, a vereadora do PT Maria Tereza Capra, precisou sair da cidade em função das ameaças da extrema direita. Importante que se diga que as entidades sindicais de defesa dos trabalhadores são favoráveis às greves, protestos, manifestações e até ao bloqueio de estradas, quando para defender os interesses legítimos da classe trabalhadora. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Os dois turnos das eleições de 2022 demonstraram a vontade soberana do nosso povo, que elegeu para o Congresso Nacional muitos dos que apoiam o atual governo e também uma considerável bancada popular e progressista, além de governadores de ambos os lados e do presidente da República. O julgamento popular deixa claro que o projeto do atual governo, alimentado no ódio e preconceito permanentes, armando a população civil até os dentes, foi rechaçado pela maioria, mesmo que mínima. Que sejam respeitados os 2,1 milhões de votos obtidos a mais pelo candidato da Federação Brasil da Esperança, Luís Inácio Lula da Silva sobre Jair Messias Bolsonaro.

Não podemos admitir que se estabeleça um clima de golpe militar em nosso país, porque sabemos dos anos de chumbo horrorosos e trágicos que a sociedade brasileira enfrentou por longos 21 anos de autoritarismo e desmandos, entre 1964 e 1985. Chega a ser patético – e até assustador – que esses baderneiros, tomados pelo sentimento inconstitucional, permaneçam na frente dos quarteis a pedir a volta da ditadura. Esse é o momento de baixarmos as armas e reconstruirmos o país, diante da crise econômica avassaladora promovida pelo atual governo que deixa à própria sorte mais de 33 milhões de brasileiras e brasileiros, vítimas do desemprego, da fome e da miséria.

O SINTESPE não compactua com a violência, de nenhuma espécie. Por isso, não iremos concordar que patrões solicitem a redução da jornada de trabalho e do salário daqueles(as) servidores(as) e trabalhadores(as) que não conseguiram ter acesso aos seus locais de trabalho por conta do fechamento das rodovias. Que sejam exemplarmente punidos os responsáveis pela balbúrdia generalizada desse movimento irresponsável e sem sentido. Pelo respeito ao voto popular!