Nota de apoio à Greve Nacional dos Petroleiros

Nota de apoio à Greve Nacional dos Petroleiros

O SINTESPE, Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina, declara apoio irrestrito à greve nacional dos petroleiros, iniciada no dia 1º de fevereiro, em protesto contra as demissões determinadas na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e pelo cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). O sindicato entende que a adesão à greve, que já conta com 13 estados, 95 unidades e cerca de 20 mil trabalhadores mobilizados, representa um levante histórico em resistência ao desmonte da empresa, cuja existência e natureza estatal é de importância estratégica e singular para a soberania nacional e repudia veementemente a atitude da atual gestão da empresa, que em desrespeito ao direito de greve garantido pelo artigo 9° da Lei de Greve (7.783/89), anuncia a contratação de “fura-greves”, colocando a segurança dos trabalhadores e das próprias unidades em risco. Da mesma forma, é inaceitável a atitude de tentar expulsar os cinco dirigentes sindicais que ocuparam a sala de reuniões na sede da empresa, no Rio de Janeiro, suspendendo o fornecimento de água e energia, bloqueando o acesso à alimentação e procurando, sem sucesso, desocupar judicialmente o local.

A política do governo Bolsonaro intensificou os ataques do governo Temer à matriz energética brasileira, sobretudo na Petrobrás. A subserviência aos interesses dos EUA, ao exportar óleo cru e importar os combustíveis, fechando suas refinarias e vendendo, a preço de banana, sua rede de distribuição, fere de morte qualquer possibilidade de recuperação do crescimento econômico e implantação de um projeto de desenvolvimento para o Brasil a médio/longo prazo. Por sua importância crucial na economia, o sucateamento e privatização da Petrobrás, a suspensão de subsídios estratégicos e o atrelamento dos preços de seus produtos ao dólar acaba por repercutir negativamente em toda a cadeia produtiva e na economia da família brasileira, encarecendo itens de primeira necessidade como o gás de cozinha e piorando ainda mais as condições de vida da maioria do povo.

O SINTESPE apoia, da mesma forma, as recentes paralisações e greves ocorridas nos setores de processamento de dados (SERPRO e DataPrev) e na Casa da Moeda – órgãos igualmente estratégicos – alvos da sanha privatista e entreguista do governo Bolsonaro, que não pretende deixar pedra sobre pedra nas empresas estatais, sendo elas de maior ou menor importância. Na esteira dessa guerra das privatizações, dezenas de milhares de trabalhadores têm seus direitos ameaçados e, em última análise, a população em geral é que será prejudicada pela queda na qualidade dos serviços ou mesmo sua suspensão.