Nota da CUT contra atos de violência a dirigentes e militantes sindicais
Ao contrário do que almejam representantes do capital e demais segmentos representativos do pensamento ideológico de direita, burguês e excludente, a função de um sindicato dos/as trabalhadores/as é a representação e direção de sua base nas lutas por garantia e ampliação de direitos que assegurem condições dignas de vida.
Ao se pronunciar e/ou participar de atos em defesa da democracia e, portanto, contra o impeachment da Presidenta Dilma Roussef, o fazem movidos por duas questões fundamentais. A primeira é o fato de que um processo de impeachment, conforme previsto da Constituição Federal, deve estar fundamentado em razões jurídicas e não políticas. Isso significa que não basta não gostarmos da gestão e/ou políticas implementadas pelo governante. É preciso que o governante tenha cometido crime que caracterize improbidade administrativa. Nesse caso, as interpretações de juristas e, inclusive, de ministros do STF, estão longe da unanimidade em apontar a materialidade legal do pedido em julgamento na Câmara dos Deputados, uma vez que as Contas da União de 2015 ainda não foram julgadas pelo Congresso Nacional.
A segunda questão, é que o sindicalismo combativo, ainda que com inúmeras críticas ao atual governo, reconhece as conquistas em direitos trabalhistas e sociais para a classe trabalhadora e é conhecedor de que o que está em jogo não é o combate à corrupção, como todos almejamos, mas a continuidade dos avanços em políticas e reformas estruturais que aprofundem a redução da concentração de renda e ampliem a inclusão social, econômica e cultural da maioria do povo brasileiro, que é formada pela classe trabalhadora.
É inadmissível, pois, que opiniões contrárias tentam inibir, de forma preconceituosa, tanto sócio-cultural quanto por concepção de raça, de gênero e/ou geração, o direito de livre manifestação de opinião e de ação política em defesa da classe trabalhadora.
Em função disso, repudiamos toda e qualquer forma de violência, seja física seja moral e/ou psicológica contra dirigentes e militantes sindicais que participe e/ou se posicione em defesa da democracia, da legalidade constitucional e dos direitos trabalhistas e sociais.