NÃO DÁ MAIS!

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Caos no sistema de saúde, anunciado em todo o país, está tendo seu ápice em Santa Catarina

Com 675.577 mil casos confirmados e 7.438 mortes causadas pela Covid-19, Santa Catarina hoje é um dos epicentros da pandemia no Brasil. A situação tende a piorar ainda mais, segundo especialistas e profissionais que atuam na Saúde. 

“Santa Catarina tem 261 pessoas na fila para um leito de UTI e muitas morrerão na fila de espera. Elas já estão morrendo. Na quarta-feira (24) da semana passada, eram 30 pessoas na fila. Ontem (segunda, dia 1º), 261. O Ministério Público é o porta-voz dessas famílias que têm parentes no ‘corredor da morte’”, lamentou o Procurador Geral do MPSC, Fernando Comin após reunião com o governo na segunda-feira (1°).

Esse colapso no Sistema, inclusive com a necessidade de transferência de pacientes para outros estados, não veio sem aviso. Já em julho do ano passado, o próprio Comin afirmava que a postura do governo Moisés não estava dando certo e criticava o modelo regionalizado de combate à Covid-19 adotado pelo governo estadual. Na época, ele declarou: “(o modelo) tem provocado um ‘delay’ na tomada de decisões, e o aumento exponencial da curva epidemiológica”.

Moisés capitula à pressão de setores empresariais, racionaliza e relativiza as vidas de milhões de catarinenses

A verdade é que o caos no sistema de saúde, anunciado em todo o país, está tendo seu ápice em Santa Catarina. Mesmo tendo recebido o apelo de diversas representações da classe jurídica pela decretação de lockdown de emergência por 14 dias no Estado, Moisés capitula à pressão de setores empresariais, racionaliza e relativiza as vidas de milhões de catarinenses. Na verdade, não faz sequer o básico. Segundo foi apurado pelo deputado estadual, Neodi Saretta (PT), os recursos referentes à Política Hospitalar de janeiro e fevereiro não foram repassados a pelo menos uma unidade, o Hospital São Francisco, em Concórdia, onde há mais de cem pessoas internadas e cerca de 20 aguardando por leitos. Ainda segundo o deputado, no Hospital São Paulo, de Xanxerê, o colapso é total, sem espaço para atender novos pacientes em nenhum setor, nem no corredor. A situação se repete em todo o Estado. Dos 1.478 leitos de UTIs ocupados em SC, 803 são de pacientes da Covid-19.

Hoje (2) o Brasil rompeu mais um recorde de mortes, atingindo a terrível marca de 1726 óbitos no período de 24 horas e totalizando, em números oficiais, mais de 257 mil vidas perdidas para a Covid-19. O governo Bolsonaro, no entanto, segue claramente atuando para que a situação se agrave cada vez mais. Desta vez, vetando artigos da lei 14121/2021, de origem do Legislativo, que previa, entre outras medidas, a obrigatoriedade da aquisição e distribuição de vacinas e abria a possibilidade da aquisição das mesmas por estados e municípios.

“Não iremos viver uma catástrofe, já estamos nela”

Se por um lado Bolsonaro espalha a morte ativamente, negando a Ciência, incentivando comportamentos de risco e  deixando de tomar medidas eficazes para salvar vidas, por outro o governo Moisés faz o mesmo ao se omitir de tomar medidas drásticas no enfrentamento dessa verdadeira tragédia, editando medidas ineficazes e relegando decisões a dezenas de prefeitos, sem coordenação efetiva para interromper a avanço da doença.

Não dá mais! Santa Catarina precisa parar, antes que a situação fique ainda mais dramática. “Estamos vivendo o pior momento da pandemia da Covid-19. Não iremos viver uma catástrofe, já estamos nela. É o caos. É o limite”,  complementou Saretta.