Mutirão da Secretaria de Saúde pretende dar fim à espera por cirurgias no Estado
Mais do que agilizar o atendimento à saúde, um programa lançado ontem pelo governo do Estado promete dar fim a uma preocupação que assola milhares de catarinenses: a longa fila de espera por cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A previsão é de que, já a partir do próximo mês, o Projeto Estadual de Cirurgias Eletivas dê início a um mutirão de 22,6 mil procedimentos cirúrgicos chamados eletivos – que não são de urgência ou emergência – em um ano e meio.
Devem ser beneficiados pacientes que aguardam em filas nas quatro especialidades com maior demanda em Santa Catarina: oftalmologia (olhos), otorrinolaringologia (nariz, garganta e ouvido), cirurgia geral e ortopedia (ossos) – veja o quadro. Em Florianópolis, por exemplo, onde devem ser feitas mais de três mil cirurgias, a oftalmologia é mais procurada: há 280 pessoas na fila há mais de um ano.
Mioma cresceu e incomoda
Se der certo, pacientes como o motorista Cristiano Góes, 36 anos, da Capital, ficarão mais tranquilos. Há cerca de oito meses, ele aguarda por uma operação para retirar um mioma que cresceu no braço.
– Apareceu há uns três anos, não para de crescer, e dói, conforme alguém encosta – desabafa.
Além das cirurgias, o mutirão também deve contemplar as consultas, exames e avaliações que que envolvem o procedimento.
O Investimento
Segundo o secretário da Secretaria do Estado da Saúde (SES), Dalmo Claro de Oliveira, as filas se formam devido aos baixos valores da tabela do SUS, que paga menos que o custo real do procedimento.
– Os serviços de média complexidade não acontecem em função da pequena remuneração dos médicos e dos hospitais – explica.
Para que o mutirão aconteça, a SES deve injetar R$ 20 milhões no projeto.
Um diagnóstico de cada região
Para que o projeto possa ter início, a SES já solicitou a todos os municípios e hospitais do Estado que repassem um levantamento da demanda de cada um dos procedimentos. A distribuição das vagas vai depender do número de habitantes de cada município e da demanda real encontrada no decorrer do mutirão.
– Às vezes, a mesma pessoa está em duas filas, outras vezes optou por fazer um procedimento particular – explica.
O projeto, por exemplo, irá se defrontar com iniciativas dos próprios municípios, como da prefeitura da Capital, que promoveu um mutirão de hérnia e zerou esta fila.
Serviço
O quê: Projeto Estadual de Cirurgias Eletivas
Como vai ser: serão oferecidas 22,6 mil cirurgias nas quatro especialidades com mais demanda no Estado (otorrinolaringologia, ortopedia, oftalmologia e cirurgia geral)
Quem será contemplado: os catarinenses que já estão na fila de espera. Não será feito um novo cadastramento
O que fazer: se o seu nome já está na lista, apenas aguarde o contato da SES
As especialidades
Oftalmologia
::: Catarata – 7,2 mil cirurgias
Otorrinolaringologia
::: Amígdalas (adenoide) – 2 mil
::: Amígdalas – 200
::: Adenoide – 500
::: Cirurgia múltipla – 1,5 mil cirurgias
Ortopedia
::: Joelho – 2 mil cirurgias
::: Membros superiores – 700 cirurgias
::: Membros inferiores – 700 cirurgias
::: Retirada de materiais de síntese e pinos – 800 cirurgias
Cirurgia geral
::: Vesícula – 2 mil cirurgias
::: Hérnia – 2,5 mil cirurgias
::: Varizes – 2,5 mil cirurgias