Desrespeito e irregularidades no IMETRO/SC

Desrespeito e irregularidades no IMETRO/SC

Desde o ano passado, o que vem ocorrendo dentro do Instituto de Metrologia de Santa Catarina (IMETRO/SC) ilustra bem o quanto a lógica militar pode ter pouco ou nada a ver com administração pública eficiente. Empossado à frente da presidência do órgão há pouco mais de um ano, o subtenente da Polícia Militar, Rudinei Floriano, já se viu citado em um escândalo envolvendo desvio de salários dentro de seu gabinete (a chamada rachadinha), foi alvo de críticas por sua conduta dentro do órgão e finalmente se pensou no direito de determinar o aumento da jornada de determinados servidores, desconsiderando o Decreto 1410/2017, que regulamenta este aspecto da vida funcional de grande parte dos servidores da administração direta, autárquica e fundacional.

O Sintespe está impetrando Mandado de Segurança visando suspender e anular a portaria que alterou ilegalmente a jornada dos técnicos de campo e analisa a possibilidade de representações futuras relativas aos períodos excedentes à jornada regulamentar que foram trabalhados.
Além disso, há indícios de outros desrespeitos aos direitos dos trabalhadores ocorrendo no órgão: suspensão do Auxílio Alimentação dos técnicos quando em deslocamento e não concessão do Adicional de Insalubridade ou corte do mesmo aos técnicos que o recebiam. Muitas vezes as atividades de fiscalização envolvem exposição a agentes químicos e situações insalubres.

Considerando as dificuldades pelas quais passou o IMETRO/SC no último ano, aquele que está à frente do Instituto investiria melhor sua energia se preocupando, por exemplo, em administrar de forma mais eficiente os pouco mais de R$ 15 milhões destinados a custear as despesas do órgão em 2020, cujo repasse foi oficializado no dia 9 de dezembro. Sem dúvida não conseguirá isso coagindo trabalhadores, aparecendo em denúncias na imprensa ou barrando a entrada do sindicato no órgão.