As mentiras de Michel Temer no pronunciamento ao Dia do Trabalhador
Em 2017 Michel Temer utilizou o pronunciamento para fazer propaganda da reforma trabalhista, prometendo a geração de empregos e a movimentação da economia, mas a realidade só do primeiro trimestre desse ano foi de mais de 1,5 milhões de vagas de emprego eliminadas. Esse ano ele adotou um tom mais conservador, talvez pelo momento em que Temer está sendo envolvido em investigações de pagamento de propina e lavagem de dinheiro, além de ser o presidente com a maior taxa de impopularidade da história do Brasil.
Michel Temer utilizou o pronunciamento para parabenizar o trabalhador pelo seu dia, destacando trabalhadores de vários setores da economia. Temer começou citando o trabalhador do campo afirmando que com o seu esforço diário ajudou o país a sair da recessão e colocou comida mais barata na mesa do trabalhador, porém em janeiro de 2018, a alta dos preços dos alimentos puxou a aceleração da inflação em 0,39% de acordo com o IPCA. Um trabalhador do campo, que recebe um salário cada vez mais miserável, ou mesmo escambo autorizado pela nova lei trabalhista, dificilmente tem esse mesmo otimismo de Temer.
Temer continuou seu pronunciamento falando dos profissionais da saúde, afirmando que tratam, curam, salvam vidas e preservam a vida dos trabalhadores brasileiros, porém trabalhadores do SUS constantemente fazem greve em busca de direitos e melhores condições de trabalho, por exemplo os profissionais da Maternidade Sofia Feldman em Belo Horizonte/MG que paralisaram suas atividades em fevereiro desse ano. Além disso, graças à PEC do teto dos gastos públicos dos golpistas, o quadro de trabalhadores nos serviços públicos é cada vez mais defasado, com cada vez menos médicos e enfermeiros, que acaba sobrecarregando o atendimento o trabalho desses profissionais.
Seguindo com o pronunciamento, o presidente citou os profissionais da educação dizendo que o seu talento e seu empenho moldam os nossos jovens e transformam o nosso futuro, porém professores das redes públicas e privadas já entraram de greve em Minas Gerais, assim como professores dos municípios de São Paulo e Fortaleza. Todas essas manifestações com as mesmas reivindicações, tais como o poder público não cumprir com acordos, não pagar o piso salarial e reajustes anuais, além de cortar direitos através de artigos da reforma trabalhista.
Dedicou também atenção especial aos militares, dizendo que são trabalhadores que colocam suas vidas em risco para proteger nossas vidas, porém são os mesmos militares que tiram a vida de milhares de trabalhadores nas favelas, ainda mais com o decreto que o próprio Michel Temes deferiu para autorizar a intervenção militar no estado do Rio de Janeiro. Historicamente servem para reprimir greves e revoltas populares, garantir a ordem da exploração do trabalho e da dominação política dos capitalistas.
Temer citou os trabalhadores do transporte que sofrem com a precarização do nosso sistema de transporte, desde estradas em péssimas condições de tráfego, além de ferrovias obsoletas. Também citou os trabalhadores da indústria, comércio, construção civil e todos os operários, que sofrem com os ataques impostos pelo governo golpista, seja através de reformas ou pela retirada de direitos, sofrem com o desemprego recorde e precarização dos postos de trabalho.
Foi citado também os micros e pequenos empresários, onde até fevereiro desse ano, mais de 5 milhões de micro e pequenas empresas estavam inadimplentes com seus nomes inscritos no SPC ou SERASA, no cenário onde o presidente os vetou do Refis, favorecendo o perdão da dívida apenas dos grandes conglomerados de empresas capitalistas, financiadas pelos grandes bancos.
Na maior discrepância, Michel Temer ainda pediu aos desempregados que não percam a esperança e continuem procurando emprego, dentro de um cenário de desemprego recorde e diminuição dos postos de trabalho no país.
Assim como 2017, esse ano, Michel Temer utilizou o pronunciamento do dia do trabalhador para fazer propaganda de programas do seu governo como o reajuste da Bolsa Família, o Luz Para Todos e o projeto do novo salário mínimo que de acordo com o presidente será o maior da história.
Chegamos em mais um 1º de maio, com novas promessas de um presidente golpistas que através de suas reformas vem retirando direitos e cortando benefícios de toda a classe trabalhadora.
Fonte: Esquerda Diário