Com a Política Nacional de Formação, CUT vem fortalecendo formação sindical de base
José Celestino Lourenço, o Tino, secretário de Formação da CUT, enfatiza que em 2011 a retomada da organização dos coletivos estaduais, regionais e o coletivo nacional de Formação foi um fator de extrema importância para fortalecer ainda mais a formação sindical de base da CUT. “Fundamental porque essa é a estrutura que dá sustentação para a implementação das políticas”, resume.
A formação é uma política permanente da CUT que vincula-se, portanto, ao seu projeto político-sindical e tem como referência as resoluções de suas instâncias, capacitando trabalhadores e trabalhadoras para a organização e a ação sindical necessárias às conquistas, atuando no sentido de despertar a consciência de classe e a percepção da importância da unidade para a luta.
Este projeto é organizado de forma descentralizada, onde as escolas sindicais da CUT localizadas nas diversas regiões do Brasil tem um papel preponderante de ação. Segundo Tino, neste ano, houve de fato um processo de integração nacionalmente articulado que só foi possível porque há uma política de financiamento, não só da CUT Nacional, mas de contrapartidas que são colocadas para as CUTs estaduais, ramos e sindicatos que deve se ampliar no próximo período.
Outros projetos estão em desenvolvimento e formam um ciclo importante dentro da Política Nacional de Formação da CUT como a Escola Móvel no Nordeste; a realização do curso Formação em Sindicalismo e Políticas Internacionais; projetos de Formação em países da África e da própria América Latina.
“Estes são alguns dos projetos iniciados em 2011, mas já temos outros a serem desenvolvidos para o próximo ano. À luz do Escola Móvel no Nordeste, há o projeto para criação da Balsa Móvel na região norte a partir da base da Manaus; a implementação do programa de desenvolvimento em políticas públicas e ação regional onde vamos capacitar os conselheiros em políticas públicas em uma formação específica para nossos representantes no Sistema S em parceria com a secretaria geral; desenvolvimento com várias entidades, inclusive o Dieese, do programa de negociação e contração coletiva; e também o projeto de gestão sindical com a Secretaria de Finanças que é uma demanda que cotidianamente aparece nas instâncias da CUT”, descreve Tino.
Encontro Nacional de Formação
Para o dirigente da CUT, a realização do 17ª Enafor (Encontro Nacional de Formação) entre os dias 23 e 25 de novembro coroou todo esse processo organizativo, onde os dirigentes presentes se mostraram satisfeitos sobre o que vem sendo realizado pela Política Nacional de Formação da CUT e pela própria Central.
“A partir dos caminhos apontados vamos aprimorar ainda mais a nossa Política de Formação e claro que será muito importante o envolvimento de todas as CUTs Estaduais e ramos, buscando interiorizar ainda mais a Formação da Central em todos os lugares do país. Nossas propostas vão sempre dialogar na perspectiva de fortalecer as estratégias da CUT. Para que isso realmente funcione não se pode fazer uma política isolada do conjunto das outras políticas”, reforça Tino.
Avanços, sucessos e crises
A trajetória da Política Nacional de Formação da CUT é marcada por espaços de avanços, sucessos e crises. Inicialmente, tinha-se uma política financiada basicamente por entidades europeias. Esse panorama foi alterado na medida que o Brasil foi se desenvolvendo e esses recursos estratégicos e de solidariedade foram migrando para outros lugares do planeta, entendendo que a CUT consolidando-se como uma grande central sindical combativa e inclusive sendo referência para o mundo inteiro, deveria caminhar com as suas próprias pernas.
Em outro momento, a questão foi utilizar de recursos públicos para o financiamento da política de formação da CUT. Nosso debate é que cada vez mais, já que temos que acabar com esse famigerado imposto sindical, a política de formação seja realizada e financiada pelos recursos da CUT.
“Isso para nós seria um elemento importantíssimo, fundamental e espetacular seguindo a própria concepção cutista. Uma vez que a gente cobra que o Estado deve financiar as políticas de educação, nós entendemos também que a CUT para ser coerente com essa cobrança também deve financiar sua própria política, mas entendendo a CUT como um todo, compreendendo que a Política de Formação tem que ser financiada porque ela é estratégica”, salienta o secretário de Formação da CUT.