Penitenciária: busca por área pode estar no fim
Fatma aponta terreno que seria apropriado para o complexo prisional da Grande Florianópolis
A busca por um terreno em Palhoça para abrigar o novo complexo penitenciário da Grande Florianópolis pode estar chegando ao fim. O presidente da Fundação de Meio Ambiente (Fatma), Murilo Flores, afirmou ontem que foi identificada uma área no interior da cidade sem problemas ambientais para a construção.
Aentidade analisou oito pontos da região do Albardão, entre a Praia da Pinheira e a Serra do Tabuleiro. Os outros foram descartados por ser área de preservação permanente ou alagada. O parecer deve ser entregue hoje às Secretarias de Justiça e Cidadania e de Administração. O terreno perto daquele que o governo anunciou que faria a obra no começou de julho e que foi deixado de lado devido à presença de dunas.
– O terreno permite a construção, mas essa decisão cabe às secretarias – afirma Flores.
O diretor de patrimônio da Secretaria de Administração, Pedro Roberto Abel, espera definir a escolha até o final da semana. Além do aval da Fatma, a equipe do governo vai tentar negociar com os proprietários a venda da área. Se não houver acordo, Abel garante que será feita a desapropriação. Outra questão a ser avaliada é a documentação do terreno, que não pode estar irregular. Para a construção do complexo serão necessários cerca de 50 mil metros quadrados. A nova estrutura terá 2,2 mil vagas e está orçada em R$ 80 milhões. O projeto prevê um prédio dividido em seis unidades, com sistema de teleconferência para audiências virtuais e ensino à distância. A estrutura substituirá o atual Complexo Penitenciário, localizado no Bairro Agronômica, em Florianópolis, que tem 1,6 mil detentos, e a Colônia Penal Agrícola de Palhoça, que abriga 286 presos.
Depois de duas fugas neste ano, os moradores e lideranças de Florianópolis redobraram a pressão pela desativação da penitenciária na Agronômica. Mas a prefeitura e a comunidade da região do Albardão e da Praia da Pinheira não aceitam a construção do complexo em Palhoça.
– Até hoje não fomos procurados para discutir o assunto, mantenho a posição de que cada cidade cuide de seus presos – afirma o prefeito Ronério Heiderscheidt.