Aposentados e pensionistas fazem novo protesto e cobram do Moisés a suspensão do Confisco de 14%
E a luta do Sintespe contra o confisco de 14% dos aposentados e pensionistas continua. No último dia 1 caravanas vindas de várias regiões do estado, unificando servidores e o magistério de várias regiões do Estado, foi realizado o protesto durante toda a tarde de quarta-feira em frente à Assembleia Legislativa, em manifestação pacífica contra a política do governador Moisés e dos deputados que votaram a favor do Confisco de 14%.
Já no final da tarde o presidente da Casa, deputado Mauro de Nadal (MDB), recebeu uma comissão de representantes das entidades sindicais que reivindicaram que o Parlamento encaminhasse ao governador o pedido da suspensão imediata desse golpe nas costas dos aposentados e pensionistas do Estado.
As lideranças sindicais reforçaram que Moisés é o primeiro governador de Santa Catarina a reduzir salário de servidor, justamente daqueles que menos ganham, depois de terem trabalhado uma vida inteira. “Mas vamos lutar nas ruas e também cobrar que a justiça fique do lado mais fraco. O governo Moisés e os deputados irão correr o Estado todo e onde forem encontrarão um aposentado ou pensionista e seu familiares para lembrá-los que alguém tirou o dinheiro necessário para comprar alimentos de primeira necessidade. Ainda dá tempo de suspender o Confisco dos 14% ”, falou o presidente do Sintespe, Antônio Battisti.
O desconto na folha para a Previdência vai ter um acréscimo de até R$ 750,00, um valor que vai fazer muita falta para quem já está endividado com empréstimos e com despesas médicas e de medicamentos contínuos. O confisco começou a ser praticado agora, em novembro de 2021, levando em consideração apenas 20 dias do salário do mês. A partir de dezembro o desconto vai ser sobre os 30 da remuneração mensal, inclusive sobre o 13º salário.
Munidos de cartazes e faixas e auxiliados por um carro de som, os aposentados e pensionistas prometeram voltar e a direção do Sintespe estará junto, como sempre esteve desde quando começou a tramitar a reforma da previdência do Governo do Estado. De acordo com Battisti, o govenador Moisés está penalizando os servidores ao mesmo tempo em que vai aumentar os incentivos fiscais para os megaempresários, que neste ano ficaram isentos de pagar impostos ao Estado de Santa Catarina no valor global de R$ 6,3 bilhões de reais. Segundo dados da “Contas do Governo” produzidos pela Fazenda, para o ano que vem, justamente no período eleitoral, a renúncia de receitas estimada deverá alcançar o patamar histórico de R$ 14. E para que não digam que é mentira vai aqui o montante estimado em bilhões, milhões, mil e até centavos: R$ 14.017.705.977,82, informou o presidente do Sintespe.
Servidores indignados
A professora aposentada Geane Milena de Brum protesta: “É triste saber desse desconto. Nós contribuímos muito com a educação, para o governador vir agora nos dar uma rasteira, tirar 14% do nosso pagamento, é muito dinheiro para quem ganha pouco”. Com 39 anos dedicados ao magistério estadual, em Imbituba, Geane se indignou ao receber o pagamento da segunda parcela do 13º salário. ”Dá para chorar, veio com R$ 800,00 de desconto, pra quem vive do salário é muito difícil sofrer essa lambada”. Ela já adianta que sua vida vai ter que mudar 100% – “pago luz, água, até comida terei que reduzir, porque não tem condições”. A professora queria mesmo é ter a oportunidade de perguntar ao governador como ele consegue dormir, porque é impossível uma pessoa fazer mal para tantos aposentados, em final da vida, e que não irão mais curtir e viajar – “o governador tirou o nosso lazer, é um dinheirinho que para ele pode ser pouco, mas para nós é muito” – e não deixa de criticar também os deputados, que “são vendidos, veem aquilo que é bom para o bolso deles, não para o bolso do funcionalismo público”.
