Servidores intensificam a luta para derrotar a PEC 32 na Câmara Federal
Comissão Especial aprova relatório por 28 votos favoráveis e 18 contrários
“A batalha está apenas começando, o que tivemos agora foi algo que já estava decidido: o governo tem ampla maioria na comissão especial, onde tem a presidência e a relatoria, e apenas alimentou o seu pelotão, com distribuição de emendas parlamentares, é o toma lá dá cá da velha política instalada no Palácio do Planalto e na Comissão Especial”. Assim o presidente do SINTESPE, Antônio Battisti, avalia o resultado da votação do parecer do relator da PEC 32, deputado Arthur Maia (DEM-BA), por 28 votos favoráveis e 18 contrários, ocorrida na tarde de quinta-feira (23). “Mais importante para o conjunto dos servidores e à população em geral que defende e precisa de um serviço público gratuito e de qualidade é derrotar o governo em plenário, votando ‘NÃO à PEC 32’, que destroi o serviço público e abre caminho para um processo de terceirização, de concessão dos serviços públicos para amigos e cabos eleitorais”, completa Battisti.
O presidente do SINTESPE lembra que, com a PEC 32, o governo Bolsonaro tenta voltar ao clientelismo do passado, “à época em que existiam no poder apenas dois partidos, Arena e MDB, UDN e PSD, quando tinha que ter um cartão de deputado para ingressar no serviço público, e isso acabou com a Constituição Federal de 1988”. Na sua avaliação, para derrotar a PEC 32, será preciso assegurar no mínimo quatro a cinco votos, entre os 15 deputados federais de Santa Catarina. “Se conseguirmos isso, temos certeza de que o presidente da República não terá os 308 votos necessários para sua aprovação”, antecipa Battisti. “Todas as energias do conjunto dos servidores das três esferas – estadual, federal e municipal – estarão voltadas para a semana que vem, terça e quarta feira, quando evitaremos esse mal maior no plenário da Câmara dos Deputados”.
Deputado traidor
O nome do deputado Darci de Matos (PSD/SC), eleito pela região de Joinville e que votou favorável à PEC 32 na Comissão Especial, sequer foi citado pelo presidente do SINTESPE entre os parlamentares catarinenses que deverão ser pressionados a mudarem o voto. “O deputado Darci não esconde nada de ninguém, todos sabem que ele é financiado pelas grandes empresas, não está nem aí para o trabalhador da CLT, para o povo desempregado, para aqueles que vão ficar sem saúde e educação públicas, ou mesmo para o conjunto dos servidores estaduais, federais e municipais”.
Battisti faz um chamado ao Fórum Estadual dos Servidores Públicos de Santa Catarina para que intensifique a luta pelo ‘vira voto” e faça pressão sobre os 15 deputados federais catarinenses nesta reta final: “Queremos saber qual a posição das deputadas Ângela Amin, Carmem Zanotto, Geovânia de Sá, dos deputados Peninha, Rodrigo Coelho e dos demais”, questiona Battisti, lembrando dos deputados Pedro Uczai e Celso Maldaner que já se colocaram contra a PEC 32. “Estamos fazendo um chamado para aqueles que reconhecem o trabalho dos servidores públicos, enquanto pessoas dignas que não podem perder direitos históricos conquistados na Constituição de 1988. Esperamos que a maioria dos deputados federais de Santa Catarina tenham compromisso com o serviço público gratuito e de qualidade e com os direitos dos trabalhadores”, finaliza o presidente do SINTESPE.
Ouça, abaixo, a entrevista do presidente do Sintespe.