SINTESPE APOIA TRABALHADORES DOS CORREIOS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO
Categoria realiza Assembleias Regionais em Santa Catarina, na terça-feira da próxima semana.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (5), por 286 votos favoráveis, 173 contrários e duas abstenções, a privatização dos Correios. O Projeto de Lei 591/2021 quebra o monopólio dos Correios e autoriza o governo federal a transformar o serviço de postagens nacional em uma empresa de economia mista. Apenas o PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB e REDE orientaram o voto contrário à tentativa de privatizar mais uma estatal rentável, sem discussão com a sociedade e sem nenhuma necessidade e, dos 16 deputados federais por Santa Catarina, somente Pedro Uczai, do PT, votou contra a privatização. “Este é o governo Bolsonaro, entregando nosso ouro aos bandidos”, protesta o presidente do SINTESPE, “agora, nossa luta prossegue, vamos pressionar os três senadores catarinenses para que rejeitem a sanha privatista do governo Bolsonaro”, prossegue Antônio Battisti, destacando o apoio do SINTESPE à luta contra as privatizações, tanto em nível federal como em Santa Catarina, onde o governo Carlos Moisés quer privatizar os portos públicos.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos em Santa Catarina (Sintect), Hélio Samuel de Medeiros, adianta que existe margem para a se conseguir os 41 votos necessários no Senado Federal e derrotar a medida do governo. “Vamos trabalhar muito, haverá debates nas comissões, temos uma consulta pública em andamento e esperamos que a população entenda a importância dos Correios Públicos para toda a sociedade brasileira”. Na Câmara Federal, simplesmente nenhum dos destaques apresentados pela oposição foi aprovado. “Passaram a boiada”, ilustra Hélio Medeiros, lembrando do ex-ministro devastador do meio ambiente, Ricardo Salles. Entre os destaques estavam a garantia de estabilidade no emprego por cinco anos – foi aprovado apenas 18 meses de estabilidade e Bolsonaro deve vetar”, adianta o presidente do Sintect/SC – manutenção das atuais agências e a realocação dos trabalhadores, evitando a demissão em massa.
A intenção da categoria é segurar ao máximo a votação do PL 591 no Senado, pelo menos até dia 18 de agosto, quando acontece a Greve Nacional dos Servidores Públicos. No dia 10 de agosto, terça-feira, o Sintect promove cinco Assembleias Regionais com a categoria: no Sindicato dos Servidores Municipais de Joinville, Sindicato dos Ferroviários de Tubarão, Sindicato dos Trabalhadores em Frigoríficos de Chapecó, no Sindicato dos servidores Municipais der Blumenau e na sede do Sintect, em Florianópolis. E no dia 16 de agosto está prevista a Assembleia Unificada, ainda sem local definido. “Inicialmente, convocamos as Assembleias para mobilizar a categoria à Campanha Salarial, mas agora a nossa pauta é pela garantia de manutenção dos Correios Públicos”, antecipa Hélio Medeiros, lembrando que o “xeque mate” contra a campanha salarial dos trabalhadores nos Correios foi dado pelo STF, no ano passado, quando “retroagiu no Acordo Coletivo Bianual que tínhamos, reduzindo de 79 para apenas 20 cláusulas”.
Pedro Uczai, do PT, foi o único parlamentar catarinense, na Câmara Federal, a votar contra a privatização dos Correios.